O investimento externo direto no Brasil em 2010




Em macroeconomia se ensina que o gasto nobre é o investimento, pois decorre dele o aumento da capacidade produtiva da economia, além de atuar como multiplicador da renda e ser o principal responsável pela flutuação do emprego. O ponto de partida necessário para o investimento é a poupança, e neste sentido, no que tange ao Brasil, a poupança interna tem sido insuficiente, comprometendo o investimento privado. De outro lado o investimento público se faz urgente, o setor público até tem planejado e falado muito do assunto, mas falta que estes saiam do projeto para o plano concreto. Uma informação tendo por origem a CEPAL causa surpresa aos menos otimistas. Trata-se do crescimento do investimento externo direto (IED) no Brasil, ou seja, o aumento de recursos que entram no país provenientes de outros países objetivando instalar aqui estruturas produtivas. São recursos que passam a ter endereço no país e contribuir com o crescimento do mesmo, e isto ganha maior importância ao considerar-se que o IED nos países desenvolvidos em geral foi negativo em -7%, em tendência inversa dos países em desenvolvimento, com acréscimo de 10%. É claro que no futuro estes investimentos externos implicarão nas remessas de lucros futuros, entretanto, até lá, e mesmo depois o pais continuará se beneficiando. No caso do Brasil o que houve foi um crescimento de 87% dos recursos entre do ano de 2009 para o ano de 2010. Considerada toda a América Latina, o Brasil liderou o ranking de recepção de tais recursos mostrado-se como principal pólo de atração da região.. Foram 48,40 bilhões de dólares (ou R$ 76,90 bilhões). Em segundo lugar veio o México com US$ 17,7 bilhões; é pouco, mais de 1/3 do recebido pelo Brasil. Em terceiro o Chile com US$15,10, em quarto o Peru com US$ 7,3 bilhões, em quinto a Colômbia com US$ 6,8 bilhões e em sexto, surpreendendo negativamente, a Argentina com US$ 6,2 bilhões. Em sentido inverso Brasil e México mostrando a força das suas economias foram os que mais investiram em outros países, neste caso os mexicanos que lideram com US$12,70 bilhões, secundado de perto pelo Brasil com US$ 11,50 bilhões, o que mostra que as empresas transnacionais destes países estão vigorosas. Dos que investiram na região liderou o EUA com 17% dos IED recebidos em 2010, seguido pelos Países Baixos com 13% do total e em terceiro a China com 9%, porém com uma clara tendência de ascensão. Por fim seguem Canadá e Espanha com 4% cada. O indicador mostra confiança internacional no Brasil, e por conta disto é que se faz cada vez mais necessário ajustar o país para manter as expectativas favoráveis, no sentido de que tal fluxo de recursos efetivamente necessários e bem-vindos continue contribuindo para o desenvolvimento do país.

08 de julho de 2011

Gilberto Brandão Marcon
Professor da UNIFAE, centro universitário em São João da Boa Vista-SP. Ex-Presidente do IPEFAE (2007/2009). Economista pela UNICAMP, pós-graduado em Economia de Empresas UNIFAE, com Mestrado Interdisciplinar em Educação, Administração e Comunicação pela UNIMARCO. Doutorando em Educação pela UNIMEP Comentarista Econômico da TV UNIÂO. Membro da Academia de Letras de São João da Boa Vista-SP, Cadeira nº06, Patrono Mario Quintana.

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